* winter feelings *

Outro dia escrevi  isso no meu msn, e um amigo perguntou sobre. Então falamos sobre nossas preferências sobre esta ou aquela estação do ano.

Desde que mudei para Florianópolis, não senti mais o rigoroso inverno do meu RS, seja da capital, de Gramado, do nevoeiro de Caxias do Sul,  da úmida Pelotas, ou do gelo do pampa gaúcho. Aqui faz frio sim, mas não é muito rigoroso. Não uso lã, meu casacos grossos foram doados, fiquei com apenas dois, que são pouco usados. Mas nesse dia em especial, vestia regata e de bermuda e à tardinha esfriou, e eu senti muito frio, daí o * winter feelings *. E quando sinto frio vem toda a lembrança de coisas boas que aconteceram no inverno e de coisas boas que acontecem no inverno. Meu aniversário é no inverno, 31 de julho - sou um ser do inverno, costumo dizer. Coisas boas que só o inverno traz, aconchego, lareira, amigos reunidos se aquecendo - famoso calor humano, fogão a lenha me remete à infância, quando morava com a minha avó e me remete há alguns anos atrás, quando eu morava em Caxias do Sul (adoro serra!) e à noite nos reuniámos  na casa da Cris, na garagem, em volta do fogão a lenha, para comer pinhão e tomar vinho. O aniversário do meu Pedro também é em julho. Inverno é bom para dormir bem agarradinho...ótimo para fazer amor - tem outro gostinho. Quando era criança odiava fazer aniversário no inverno porque nas minhas festas não tinha refrigerante, tinha chocolate quente. E hoje lembro daquele chocolate quente feito por minha mãe e sinto o gostinho delicioso. Chocolate quente e bolo. :)

Enquanto conversava sobre isso com meu amigo, estava lendo uns blogs, até que cheguei em um que me encantou. A moça escreve maravilhosamente bem, e escreve coisas que em certo momento parece que são meus pensamentos que estão ali. E justamente neste dia, um texto em especial me encantou:

O primeiro vento frio do ano

Esfriou
Vão ventos de verão
soprando para longe
a estação que passou

Eu tinha saudade de sentir a pele aconchegada
Por seda, lã, tramas e malhas
Saudade de ficar em silêncio em espaços escuros

Dos gostos mais úmidos e quentes do inverno
Interiores e profundos
Como uma semente dormindo

Dos cheiros de terra café e chocolate

A nostalgia se espalha pelos meus sentidos
Cheia de melancolia.
Talvez ter tanta memória de tantos invernos
Seja o primeiro sinal de que estou envelhecendo.

Tenho saudade do amor no inverno
Da casca e do casulo
Dos fios de seda com que prendo
Pernas às minhas pernas
Sexo ao meu sexo

Sinto falta de andar no corredor de vento
Entre as paredes de concreto da Paulista

Do rugido gelado e furioso fora
Enquanto me consumo num calor interno

Saudade dos amantes e da companhia
Que moram na minha solidão extrema